A Revolução Silenciosa: A chegada da Geração Z na publicidade e o impacto sobre a Geração Y
A geração Z — nascida entre meados de 1995 e 2010 — está finalmente ocupando espaço no mercado de trabalho da publicidade. E a chegada não tem sido discreta. Diferente de outras gerações, os Zs não estão apenas se adaptando ao mercado: eles estão reescrevendo as regras do jogo.
Enquanto a Geração Y (os famosos millennials) buscava propósito no trabalho, equilíbrio e crescimento a médio prazo, a Geração Z já chega com posicionamentos mais firmes, menos tolerância a estruturas rígidas e um olhar muito mais rápido, estético e direto sobre o mundo. E isso está mexendo profundamente com o mercado publicitário — para o bem e para o caos.
O que a Geração Z está mudando na publicidade?
A forma de consumir conteúdo
A Geração Z nasceu com o dedo no “pular anúncio” e no “scroll infinito”. Eles não toleram enrolação e detestam publicidade forçada. Por isso, estão trazendo uma comunicação mais autêntica, fluida e crua — muitas vezes com cara de conteúdo amador, mas com alto impacto emocional.
A estética visual
Eles são a geração dos filtros, memes, TikTok, glitch art e tendências efêmeras. O “bonito” para eles é o imperfeito. Layouts polidos e certinhos (marca registrada da Geração Y) estão perdendo espaço para a estética espontânea, menos Canva, mais realidade.
A rejeição ao corporativismo
A Geração Z evita empresas engessadas e prefere ambientes horizontais, colaborativos e inclusivos. A publicidade, antes guiada por hierarquias criativas e cargos inalcançáveis, está sendo chacoalhada por jovens que querem participar de decisões desde o primeiro estágio.
A visão social e política
Ao contrário de gerações anteriores que evitavam “polêmicas”, a Geração Z exige posicionamento. Eles rejeitam marcas neutras e cobram autenticidade em causas como diversidade, sustentabilidade e saúde mental. Isso tem forçado agências e clientes a se reposicionarem ou enfrentarem boicotes.
O que eles estão acabando?
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O modelo de agência tradicional: longas jornadas, chefes autoritários e ambientes tóxicos estão se tornando insustentáveis. Os Zs pedem modelos ágeis, colaborativos e com mais liberdade.
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As campanhas genéricas: a geração Z exige segmentação real. Marcas que tentam agradar todo mundo, acabam não tocando ninguém. O “target” agora é tribo, nicho, subcultura.
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A ideia de ‘ficar anos na mesma empresa’: eles preferem projetos, experiências, freelas e transitoriedade. O que assusta RHs, mas também renova estruturas.
O impacto sobre a Geração Y (Millennials)
A chegada da Geração Z está provocando uma espécie de crise existencial na Geração Y, que já vinha se sentindo pressionada por cobranças duplas: ser produtiva e criativa, mas também ética e equilibrada. Agora, com os Zs assumindo os holofotes com menos filtros, mais ousadia e maior repertório digital, os millennials estão tendo que:
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Reaprender a se comunicar com uma nova linguagem visual e verbal;
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Lidar com a inversão de poder — muitos millennials estão sendo liderados por Zs mais arrojados;
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Se atualizar para não serem vistos como “desatualizados” aos 35 anos.
Mas nem tudo é conflito: quando trabalham juntos, Y e Z criam uma ponte poderosa entre experiência e inovação, estratégia e ousadia, planejamento e espontaneidade.


