ARTIGO,  TECNOLOGIA

Com a chegada da IA, a profissão de fotógrafo na publicidade pode desaparecer?

A revolução da Inteligência Artificial chegou também ao universo da publicidade. Hoje, qualquer pessoa pode gerar imagens hiper-realistas com poucos comandos, recriar cenários impossíveis e produzir fotos que, antes, exigiriam equipes, locações, equipamentos caros e semanas de trabalho.
Diante desse novo cenário, surge a pergunta inevitável:
o fotógrafo publicitário corre o risco de desaparecer?

A resposta não é simples, mas é possível analisá-la com realismo.

O que a IA já está substituindo na fotografia publicitária

A IA domina cada vez mais tarefas operacionais, que antes dependiam do fotógrafo e de uma estrutura completa. Exemplos:

  • Fotos de produto simples

  • Catálogos de e-commerce

  • Still de objetos estáticos

  • Composições básicas para anúncios

  • Mockups

  • Criação de cenários genéricos

  • Iluminação simulada digitalmente

  • Correções e retoques automáticos

Para peças menos complexas, muitas agências e empreendedores já preferem gerar imagens com IA por ser:

✔ mais rápido
✔ mais barato
✔ mais flexível
✔ ilimitado em variações

Nessa linha, uma parte da fotografia publicitária realmente tende a desaparecer.

Mas o fotógrafo como profissional NÃO desaparece

Apesar dos avanços da IA, existem elementos que ela não consegue replicar totalmente:

▪ Olhar autoral e identidade visual

Fotógrafos possuem uma linguagem própria  estilo, estética, luz, assinatura criativa  que a IA apenas imita, mas não cria de forma independente.

▪ Direção humana do modelo

A IA não substitui a conexão humana, a sensibilidade de captar emoção, expressão, energia e verdade.

▪ Situações que exigem realidade

Muitas campanhas precisam de:

  • fotos reais de pessoas

  • locais específicos

  • produtos autênticos

  • cenas com interação humana

  • storytelling capturado ao vivo

Marcas grandes ainda preferem ver e controlar o processo, o que mantém o fotógrafo essencial.

▪ Produções complexas

Moda, campanhas conceituais, editoriais premium e publicidade de alto impacto continuam dependendo de equipes reais.

O que realmente vai desaparecer não é o fotógrafo é o fotógrafo operacional

O profissional que apenas:

  • aperta o botão,

  • cumpre briefing básico,

  • faz fotos simples de catálogo,

  • repete fórmulas,

  • não possui estilo próprio,

  • não domina direção ou luz,

este sim corre risco real de ser substituído por IA.

O fotógrafo que sobrevive será:

  • autoral

  • criativo

  • estrategista

  • diretor de cena

  • especialista em luz

  • capaz de orientar a IA, e não competir com ela

  • dono de um estilo reconhecível

A nova profissão: Fotógrafo + IA

Assim como o designer e o redator evoluíram, o fotógrafo também.

A tendência é o surgimento do Fotógrafo Híbrido, que usa:

  • IA para montar cenários

  • IA para pré-visualizar campanhas

  • IA para compor elementos impossíveis

  • fotografia real para dar autenticidade

O poder está na combinação, não na substituição.