ARTIGO

A Reinvenção da TV Aberta: A Necessidade de Mudança e a Conexão com o Público Jovem na Era da Internet

A televisão aberta, que por décadas foi a principal fonte de entretenimento e informação para milhões de lares ao redor do mundo, enfrenta um desafio existencial nos dias atuais. Com o avanço da internet e o crescimento de plataformas de streaming como Netflix, YouTube e TikTok, a TV tradicional está perdendo audiência, especialmente entre os jovens. Para continuar relevante, é imperativo que a TV aberta se reinvente, adaptação que vai além de simples ajustes de programação — trata-se de uma transformação completa na maneira de pensar e entregar conteúdo.

O Declínio da Audiência Jovem

O público jovem está se distanciando da televisão aberta por uma série de razões. Primeiramente, o consumo de mídia se tornou muito mais fragmentado e personalizado com a internet. Os jovens estão habituados a consumir conteúdo quando e onde quiserem, sem depender de horários fixos. Além disso, o formato tradicional de conteúdo, com longos blocos comerciais e uma grade de programação fixa, não atende mais às expectativas de uma geração acostumada com a rapidez e a personalização oferecidas pelas plataformas digitais.

A Necessidade de Mudança

Para reconquistar esse público, a TV aberta precisa entender e adaptar-se aos novos hábitos de consumo. Aqui estão algumas estratégias essenciais para essa reinvenção:

1. Interatividade e Participação Ativa: Os jovens não querem apenas assistir; eles querem participar. Integrar as redes sociais com a programação de TV pode permitir uma interação em tempo real com o público, como votações, enquetes, comentários e até mesmo a possibilidade de co-criar conteúdo.
2. Conteúdo Personalizado e Sob Demanda: Seguindo o modelo das plataformas de streaming, a TV aberta pode explorar opções de conteúdo sob demanda, permitindo que o espectador escolha o que quer assistir e quando. Além disso, criar plataformas digitais próprias, onde o conteúdo da TV aberta seja disponibilizado com exclusividade e em múltiplos formatos, pode ser um caminho promissor.
3. Programação Atraente e Relevante: A criação de conteúdo que realmente fale a língua dos jovens é essencial. Programas que abordem temas atuais e de interesse desse público, como tecnologia, cultura pop, sustentabilidade, diversidade e inclusão, têm grande potencial de engajamento.
4. Formatos Curtos e Dinâmicos: A atenção dos jovens é disputada por diversas fontes de entretenimento ao mesmo tempo. Programas de formato curto, como os vídeos do TikTok, ou quadros dinâmicos inseridos em programas maiores, podem capturar a atenção rapidamente e manter o interesse do espectador.
5. Parcerias com Influenciadores Digitais: Incorporar influenciadores digitais que já possuem um grande público fiel pode ser uma forma eficaz de trazer os jovens de volta à TV. Essas parcerias podem envolver desde participações em programas até a criação de conteúdos exclusivos.

O Vínculo da Necessidade com a Internet

Para atrair os jovens, a TV aberta não deve se posicionar como concorrente da internet, mas sim como um complemento. Uma integração inteligente com o meio digital pode ser um diferencial, onde o conteúdo televisivo é promovido e expandido pelas redes sociais, sites e aplicativos. Além disso, o uso de big data para entender as preferências do público e personalizar a experiência televisiva pode revolucionar o modo como a TV aberta se comunica com sua audiência.

Outro ponto importante é a narrativa transmídia, onde a história ou o conteúdo de um programa de TV se estende para outras plataformas, criando um ecossistema de conteúdo que pode ser explorado em diversas frentes. Isso não só retém a audiência por mais tempo, mas também cria uma comunidade engajada ao redor do conteúdo.