COMPORTAMENTO

A VIDA SEMPRE VENCE…

A vida prega peças na gente. Muitas vezes, demoramos meses ou até anos para entender o que determinada situação que ocorreu conosco realmente significou. Não sei você, mas acredito que nada é sem razão e o acaso não existe. No entanto, enquanto estamos vivendo o furacão emocional em que nos encontramos é um desafio quase impossível racionalizar e encarar o nosso lado Pollyanna de que algo de bom sairá daquilo.

“Logo digo: Estou vivendo no meio do furacão. Portanto, acho que esse não seria o momento ideal para escrever para vocês por este motivo acabo sumindo as vezes, e vocês  especialmente se você veio em busca de respostas a partir do título que te chamou atenção. Na verdade, dessa vez, devo confessar, sou eu quem busca o socorro por meio das minhas próprias palavras. Elas sempre me ajudam a exorcizar sentimentos mal digeridos. Por isso, me desculpe: usarei esse espaço para isso e peço licença, compreensão e um colo virtual!

Em todos os textos que já escrevi para o Fabio Fast falei sobre se permitir, não ter medo do inesperado e aproveitar cada oportunidade para viver aquilo que deseja. E não é à toa. Esses textos são reflexos de quem eu sou e de como busco levar minha vida. Em cada linha exponho experiências vividas e sentimentos que fizeram seus abrigos em mim. E talvez, por isso mesmo, eu me sinta à vontade para fazer esse relato (embora eu já esteja há meia hora olhando para a tela do computador sem saber por onde começar a contar minha história que as vezes ela acaba saindo em meio as lagrimas mas saem). 

Mas, acho que não estou pronto…”

De fato, eu não estava pronto.. E, de repente, vejo que o sentido dele mudou completamente. O furacão ao qual me referi, no lugar dele, um tsunami alagou não só a mim, como a todo mundo.

E é por isso que vejo que essas primeiras linhas que escrevi ganharam um novo sentido que, talvez, crie identificação com mais pessoas. Percebo que estou vivenciando uma fase em que, em determinados dias, fica difícil enxergar o que de bom sairá dali. Na verdade, me sinto culpado em pensar em um “novo normal”, quando vidas foram perdidas, famílias destruídas. Para, pelo menos, 100 mil pessoas, o normal jamais existirá e muito menos haverá um sentido para tanta dor e eu com meu coração partido que no meio de tudo isto possa significar nada.

Mas, ainda assim, sinto a angústia, o medo, a revolta e a decepção. Dizem que quem está totalmente bem não está entendendo nada, né? Acho que é bem isso. Conseguir levar uma vida normal, hoje, vai além de ser um privilegiado. É ter atestado de alienado. Por isso, estamos todos mal. Ou quase todos e cada um com seu problema seja ele emocional, seja ele com esta pandemia louca.

Me questiono ainda se há um propósito para isso, como disse, no início do texto, acreditar em tantas outras situações. Será que esse é um mal que vem para o bem? Mas para o bem de quem?

Uma das frases que mais gosto do Emicida, na verdade, é da mãe dele. Na música “Ordem natural das coisas”, o rapper diz: “A vida sempre vence”. Procuro pensar nela quando estou mal; quando não vejo um fim para a tempestade. De alguma forma, a vida se renova, mesmo diante das perdas, e assim seguimos, né?

Me questiono então se, levando em consideração o nome da canção, é a própria vida que, ao vencer, trata de organizar uma nova ordem natural. E, quando mal nos dermos conta, a calmaria vem também para os nossos dias. Espero que assim seja. Para mim; para todos nós.