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And Just Like That…: Um Final Que Deixa Marca – Mesmo Entre Discordâncias

Um Fecho Deliberadamente Ambíguo

A série conclui com a sabedoria de que nem todas as histórias precisam de um final tradicional ou glamoroso. Em vez disso, a narrativa aposta em um adeus menos convencional, mas propositalmente mais realista: a protagonista, Carrie Bradshaw, escolhe ficar sozinha abraçando sua própria jornada individual, sem um final romântico. Esse movimento reflete um progresso de narrativa, destacando sua evolução pessoal após anos de relações complexas .

O Humor Escatológico e Reações Divididas

O desfecho dividiu fortemente opiniões. A cena do vaso sanitário transbordando  uma metáfora literal e simbólica do tom da série  provocou náuseas, críticas e até memes. Alguns consideraram esse humor como uma tentativa pobre de chocar, enquanto outros viram a cena como encapsulando o caos emocional que permeou a série inteira.

Sozinha, Mas Não em Solidão

Carrie enfrenta sua solidão de forma confrontadora: ela encontra conforto em um jantar solo junto a um brinquedo (“Tommy Tomato”) e refaz o epílogo de seu romance para afirmar que sua protagonista está “on her own” (“por conta própria”), não “alone” (“sozinha”) uma distinção sutil, mas poderosa .

Ausência Notável de Samantha

Apesar das expectativas, Kim Cattrall (Samantha Jones) não aparece no episódio final. Sua ausência se manteve consistente, a despeito de pequenos representantes e trocas de mensagens nos episódios anteriores. O foco permanece em Carrie, Miranda e Charlotte – uma escolha que evita uma reunião nostálgica de grandes estrelas, mas também foi uma das principais fontes de decepção para fãs.

Evolução ou Esgotamento?

Muitos críticos consideraram o final uma despedida autêntica: Carrie se firmando, livre de amarras afetivas e sociais. Outros enxergaram uma narrativa mal construída, culminando num encerramento anticlimático e até autossabotado, por fugir dos clichês e da nostalgia que definiram Sex and the City.

 

O episódio final de And Just Like That… foi, no mínimo, ousado. Não forneceu finais convenientes para personagens amados, mas provou ser uma expressão corajosa de individualidade ainda que com humor controverso e emocionalmente polarizador. Carrie termina sua trajetória livre das expectativas românticas, mas não necessariamente em paz o que pode ser tanto libertador quanto perturbador.