COMPORTAMENTO

DÁ PARA SAIR DE UMA TRAIÇÃO SEM CAIR EM ARMADILHAS?

Vamos falar de traição? Acabei de perceber que esse não é um assunto muito falado. E que foi bem pouco abordado. Eu sei, é um assunto incômodo. É algo inesperado, que nos pega de surpresa de uma forma brutal. Que nos leva sem escalas a um lugar tão, tão lá no fundo do poço que é até difícil explicar a sensação.

Existem algumas questões que a gente se vê obrigada a entender quando lidamos com uma traição.

A primeira questão que acontece é o quanto afeta nossa confiança. Nos perguntamos como entregamos algo tão importante a alguém que é capaz de ignorar completamente esse acordo e ignorar também nossos sentimentos. Nos achamos burras por não termos notado.

A segunda é que, em alguma hora, a gente vai acabar se perguntando se a culpa foi nossa. Vamos cavucar algum motivo para tentar dar lógica a essa situação. Será que eu sou uma chata? Será que fui traída porque estava trabalhando muito? Ou porque estava em uma fase difícil? E enquanto isso, a pessoa que deveria estar com dificuldade para encostar a cabeça no travesseiro nem entra nessa equação de perguntas.

A terceira – e gravíssima – é que em algum momento vamos nos comparar. E não adianta fugir. Até a pessoa mais bem resolvida e auto confiante vai cair nessa cilada. Questionamos nossa beleza, nossa inteligência, nossa interessância, nossa sensualidade. E aí, minhas amigas, a autoestima vai lá para o fundo do poço. Inevitavelmente.

É importante ficar triste. A dor, a sensação de ter sido enganada, de se sentir uma trouxa por ter apostado em algo que terminou dessa forma, tudo isso machuca e precisa ser acolhido. Mas é importante ficar atenta para não cairmos nessa armadilha de nos sentirmos piores ou indignas de algo. Em casos onde a traição foi exposta aos outros, ainda mais. Porque, além de tudo, ainda temos que lidar com um constrangimento.

Saiba que nessa equação, você não é menos nem menor em nada.

Não se arrependa por ter colocado o melhor de você em uma relação. Por ter sido a melhor companheira que essa pessoa poderia ter. Se alguém, em algum momento, não honrou o compromisso, a culpa nunca vai ser sua. Não importa a razão que tenham te dado para isso acontecer.

Viva a sua tristeza, viva o seu luto e, se for o caso, sinta até mesmo raiva. Mas se perdoe por não ter desconfiado. Jamais se compare, nem se sinta diminuída ou constrangida. Nenhuma dessas sensações pertencem a você, e errado está quem desonrou o combinado.

Não se importe com a opinião dos outros, e não deixe isso afetar a imagem que você tem a seu respeito – tampouco a sua autoconfiança. E siga, com ajuda ou não, o caminho necessário para sair disso como a pessoa fantástica que você é: de cabeça erguida, melhor do que antes e pronta para seguir em frente.