ARTIGO

De agências a hubs criativos: como o modelo tradicional está sendo substituído em 2025

Por muito tempo, o modelo de agência publicitária parecia inabalável: departamentos divididos por funções, atendimento presencial, brainstorms em salas de reunião e entregas alinhadas a cronogramas rígidos. Mas em 2025, esse modelo está sendo desmontado — ou melhor, transformado.

A nova configuração do mercado criativo aponta para uma realidade mais fluida, colaborativa e descentralizada: o nascimento dos hubs criativos. Não são mais agências no formato clássico, e sim núcleos de inteligência criativa que operam sob demanda, com times flexíveis, processos horizontais e uso intensivo de tecnologia.

 A queda da estrutura engessada

O início dessa transformação começou com a pandemia e se intensificou nos anos seguintes. O home office, a gig economy, o avanço das ferramentas de IA e a insatisfação generalizada com modelos hierárquicos impulsionaram uma verdadeira revolução silenciosa.

Em vez de manter departamentos fixos, muitos negócios passaram a trabalhar com squads temporários: redatores, diretores de arte, planejadores e social medias são reunidos conforme o projeto exige — e se dissolvem após a entrega. É a era do “on demand” criativo.

Essa flexibilidade reduz custos operacionais e amplia a possibilidade de conectar talentos de diferentes lugares do país (ou do mundo), sem depender da geografia.

Do job para o insight estratégico

Outra mudança está no foco: os hubs não vendem apenas peças publicitárias, mas pensamento estratégico e soluções integradas. A entrega ultrapassa o tradicional “post + legenda” e passa a envolver dados, posicionamento, voz de marca, análise de audiência e, claro, criatividade alinhada à realidade do negócio.

“Hoje, uma marca nos procura querendo mais do que uma campanha. Ela quer entender como se posicionar, como conversar com o público e como se manter relevante diante da concorrência e da IA”, comenta o diretor de um coletivo criativo de São Paulo.

 Menos cliente e fornecedor, mais parceria

A relação entre marca e hub também se transformou. Em vez de contratos longos e engessados, surgem acordos modulares, parcerias estratégicas e relação horizontal, onde cliente e equipe criativa constroem juntos.

A troca constante, a abertura para testes e ajustes e o uso de ferramentas compartilhadas (como Notion, Miro, Trello e Figma) tornam o processo mais transparente e ágil. O cliente participa. O time opina. Todos se movimentam juntos.

 E onde ficam as agências tradicionais?

As grandes agências seguem existindo — mas as que sobreviveram até aqui passaram por reinvenções internas. Criaram núcleos menores, terceirizaram processos, investiram em tecnologia e repensaram sua estrutura para operar como hubs também.

Já as agências médias e pequenas enfrentam o dilema: se não se adaptarem, correm o risco de desaparecer. Os talentos estão migrando para o freelancer, para o remoto e para os coletivos independentes. O formato precisa acompanhar essa realidade.

 O futuro é colaborativo e adaptável

O que se vê em 2025 é um cenário onde não importa mais o tamanho da agência, mas a agilidade e a inteligência criativa do time. Os hubs vieram para atender essa nova demanda: soluções rápidas, eficazes, humanas — e muitas vezes, mais acessíveis.

A publicidade está menos centrada em estruturas fixas e mais voltada à colaboração, versatilidade e propósito. E nesse novo ecossistema, quem souber criar conexões (mais do que apenas campanhas), terá espaço garantido.