COMPORTAMENTO

FUI VITIMA DE GORDOFOBIA! COMO ME SINTO? O QUE POSSO FAZER?

As modelos plus size são cada vez mais requisitadas e bem pagas, mas o avanço da diversidade no mercado da moda não chega com a mesma velocidade ao mundo corporativo. Ali, a gordofobia ainda é realidade.

A discriminação contra pessoas obesas, a gordofobia, começa no elevador. “Ninguém quer que entre uma gorda”, li de uma seguidora do Instagram. Ela explica: “Se dá uma tremidinha, logo olham para mim, como se o meu peso estivesse travando a máquina. Às vezes, prefiro esperar e pegar o elevador vazio.” Cruel.

 

O dia-a-dia da vítima de gordofobia

Isso é só o começo e o fim do expediente. Imagine trabalhar no mínimo oito horas em um lugar onde nada foi pensado para você: cadeiras não suportam o seu peso e o uniforme, quando é o caso, só veste até o manequim 44.

A pressão vai além da estética: “Se você é gorda, precisa ser muito melhor que qualquer outra pessoa”, desabafa

Isso pode ser dito abertamente. M. C. é diretora em uma indústria e admite ter sido orientada pelo fundador a evitar contratar gordos. A justificativa? Eles seriam “menos dinâmicos”.

Por “menos dinâmicos”, leia-se: doentes, lentos, folgados, preguiçosos, comem o tempo todo e não têm força de vontade.

Ideias preconceituosas como essas datam da Grécia Antiga, quando se buscava um ideal de virtude moral refletido em um corpo lapidado.

 

Mas… Que ano é hoje, mesmo?

Está mais do que na hora de desconstruirmos os estereótipos em torno da obesidade, eliminando do nosso discurso a gordofobia velada (como em “fazer gordice”, “gordinha sexy”, “gorda assumida” etc).

Se você é vítima de discriminação por causa do peso, siga o conselho da Amanda: “A gente precisa trabalhar diariamente o amor próprio e dar um avoid nas pessoas gordofóbicas”.

 

MBA em autoestima

Ao ouvir a história da Amanda (e de outras meninas plus size), percebi que elas têm, em comum, três competências muito desenvolvidas.

Atitude empreendedora: A dificuldade de encontrar roupas confortáveis e bonitas levou Amanda a desenvolver uma legging que fosse da academia ao barzinho. A modelagem agradou e assim nasceu a Wonder Size, marca de moda casual fitness do 44 ao 66: “Havia uma demanda reprimida; a nossa cliente queria ir à academia, mas não tinha roupa. Agora ela vai aonde quiser.”

Empatia: Amanda não se considera uma militante, mas se identifica com o sofrimento das mulheres maiores que ela. “Do nada, em um shopping, fui xingada por um taxista de alto padrão. E eu não sou a mais gorda, sou 56, imagina o que acontece com a 66?”.

Resiliência: É a habilidade de se recompor rapidamente de uma situação estressante. Amanda conta que sempre foi magra e que engordou de repente, o que a obrigou a se reinventar: “A dificuldade para arrumar trabalho fez com que me capacitasse ainda mais, e hoje sou uma pessoa muito mais interessante do que quando era magra”.

Se eu fosse uma grande empresa, não perderia nenhum talento para a gordofobia. Agora conta pra mim aqui nos comentários: como não se encaixar em determinado padrão pode ajudar você a se tornar uma pessoa mais interessante?

Eu vou dizer por mim, trabalhar com a autoestima todos os dias as vezes é difícil lhe dar com palavras que machucam, palavras que destroem o sentimento. Recentemente aconteceu comigo, num  grupo de trabalho foi publicada uma foto na qual estou sentado num banco pequeno e estou pouco folgado, largado. A forma que foi tirada a baixo de risos, a forma das pessoas dizendo coisas no grupo na qual me senti tão ruim, tão péssimo porque? Só porque engordei, só porque comi pouco mais ou meu prato é grande? Ninguém sabe o que passa comigo, ninguém sabe o sentimento que esta causando esta compunção de querer comer! Na qual eu sei que preciso tratar e estou tentando, mas fazer este tipo de coisas que machuca, virar chacota não vai me ajudar.