MUDAMOS TUDO OU MUDAMOS NADA?
Não tem jeito. Mesmo que o ano já tenha começado e o trabalho já esteja de volta todo vapor. Mesmo que os compromissos (e os boletos) estejam batendo à porta, a gente ainda passa o mês de janeiro – ou ao menos as primeiras semanas – bem reflexiva. Desejamos milhões de coisas na virada do ano e não vemos a hora de começar as grandes mudanças. Mas quero propor um novo olhar sobre essas decisões.
Sei que dá aquela vontade irresistível de jogar tudo para o alto e recomeçar do zero. E isso é bom e necessário algumas vezes. Mas queria trazer esse questionamento.
Será que tudo precisa ser diferente mesmo? Será que mudanças gerais são sempre necessárias?
Explicando melhor… Certas coisas na nossa vida não dão certo ou não acontecem como esperamos. E muitas vezes é a nossa atitude que determina o sucesso ou a falha. Então, talvez não seria o caso não de mudar a resolução, mas procurar mudanças na forma como a encaramos?
Por exemplo, você se propôs a fazer atividade física. No mesmo dia, foi na academia e pagou o ano inteiro. No fim desse mesmo ano, você constatou que faltou mais do que foi. Não é algo que precisamos desistir, mas talvez, mudar a forma como encaramos. Como, talvez, dormir mais cedo para que a vontade de dormir mais 5 minutos (que sempre viram 50) apareça menos vezes.
Pisar um pouco no freio e não mudar todas as coisas é importante quando temos algumas mudanças grandes em alguma área da vida. Se o trabalho trouxe novos desafios, dê uma desacelerada em outra área – mas atenta que desacelerar não é deixar de lado! – e assim vamos equilibrando a vida. Do contrário, a gente acaba sofrendo por não dar conta de tudo e a vontade de jogar todas as coisas para o alto e recomeçar do zero é maior ainda.
Portanto, quero te convidar a refletir sobre quais mudanças realmente são necessárias.
O que pode ser apenas adaptado ou o que não é prioridade de fato, apenas impulso. Avalie o quanto é de fato importante fazer certas mudanças. Pense nos impactos que isso pode causar na sua cabeça e na sua vida prática. Reavalie todas as suas decisões para este ano (ou este mês, caso você queira ir com calma).
Na vida, a gente precisa entender que as coisas têm seu tempo, e que mudanças também levam tempo. Por maior que seja a vontade e disposição de fazer tudo diferente, muitas vezes não é necessário tirar tudo do lugar e recomeçar. As vezes apenas alguns ajustes, de forma que as transições da vida possam ser mais leves e menos cansativas. Sobretudo para a nossa mente, que carrega a tarefa de coordenar todos os nossos desejos, vontades e também as frustrações quando acabamos assumindo mais tarefas do que poderíamos cumprir naquele momento.
Entender que nem sempre mudanças revolucionárias é a solução para uma vida melhor e mais feliz não deixa de ser um grande passo. Especialmente quando falamos em viver tranquilamente e em paz com nós mesmas.