NÃO FAZER IDEIA, OU MUDAR DE IDEIA!
Desde criança, nos acostumamos com a típica pergunta de que profissão gostaríamos de seguir quando nos tornássemos adultos. Passamos pela adolescência com a exigência social de ter essa resposta na ponta da língua. E, mais do que isso, de dar o primeiro passo para aquilo que a sociedade definiu como “ser alguém na vida”.
Mas, se estamos em constante transformação – e evolução (que assim seja!) – como esperar que uma decisão tomada em uma fase em que temos muito mais perguntas do que respostas seja definitiva?
Somos uma geração acostumada com mudanças acontecendo na velocidade de um clique. As notícias se tornam parte de um passado em um F5, assim como aparelhos se tornam obsoletos a cada atualização de um software. Profissões que não existiam na época dos nossos pais determinam o presente. E o futuro? É o segundo seguinte. Tão imprevisível quanto a década distante.
Com tantas mudanças, é claro que vamos nos questionar o tempo todo. E tudo bem. Constantemente recebo um longo áudio de alguma amiga dizendo-se perdida por não saber o que quer fazer daqui pra frente. Que os planos traçados e caminhos percorridos até o momento já não fazem tanto sentido mais.
Com isso, vem dois sentimentos destrutivos: a culpa e a ansiedade.
O que é preciso entender é que mudar o rumo, de forma alguma, significa jogar fora tudo o que foi construído até então. Conhecimentos e experiências não são descartáveis. E tudo – absolutamente tudo – é utilizado para nos fortalecer e tornar os próximos passos mais fáceis.
Um passo dado para trás não é, de fato, um retrocesso. Como em um jogo de tabuleiro, essa pode ser uma estratégia para andar mais casas logo à frente e vencer o jogo da vida.
O que quero dizer é que tudo bem mudar de ideia. E tudo bem também nem saber que nova ideia é essa ainda.
Ao se dar um tempo e se reconectar consigo mesmo, conexão essa que muitas vezes perdemos com a correria do dia a dia, as respostas chegarão. E, a partir daí, é ir para a prática e colocar os desejos em ação. Sem pressa.
E uma coisa importante é preciso destacar: encerrei o primeiro parágrafo citando o conceito de “ser alguém na vida”. E, veja bem, ele deve ser acompanhado de muitas aspas. Não é o curso que você faz ou a profissão que você tem que define que você é alguém.
Se for para nos perdermos e, em seguida, acharmos a vida que desejamos ter a partir de dali, que a vida seja sempre feita disso. E não importa se é em relação ao trabalho, onde vive ou com quem se relaciona. Permita-se mudar de ideia! E tudo bem não fazer ideia ainda de qual seja ela!