COMPORTAMENTO

O DIA DA MULHER, LIBERDADE SEXUAL E UM DESEJO DE IGUALDADE!

Nos últimos anos tenho aprendido muito sobre “feminismo“. Antes achava que essa palavra significava um monte de radicalidades e crenças engessadas, mas com o tempo, os textos e as conversas aprendi que não se trata de nada disso. A luta pela igualdade de gêneros nos salários, cargos, direitos, até mesmo com relação ao próprio corpo também uma luta nossa. Brigar contra a normalidade do assédio ou contra pequenas atitudes machistas já enraizadas na sociedade tem sido o objetivo de muitas mulheres corajosas e hoje, mais uma vez as parabenizo por pensar e agir fora da caixa.

Como já sabemos,  short curto não é uma autorização para você me chamar de gostosa,  saia curta não quer dizer que eu quero fazer sexo com ninguém e o fato de  transar com quem eu bem entender não faz de mim uma pessoa menos valorizada. Você sou dona do meu corpo, do meu prazer e das minhas vontades. 

Quando uma mulher fala algo sobre sexo em alto e bom som (sem gritar, apenas sem baixar o tom de voz, como se fosse um segredo) costumo ver alguém arregalar os olhos e se espantar. Parece que uma mulher falar disso num restaurante, numa roda de bar ou mesmo na fila do elevador ainda pode ser visto com estranheza. Oi? Você não faz sexo? Todo mundo faz, ou pelo menos deveria. Eu não quero viver num mundo onde precisamos falar sobre isso sussurrando, escondidas ou com medo de julgamentos. Esse é um assunto como outro qualquer, pelo menos deveria ser. Eles podem, nós podemos. Falar disso com educação e naturalidade acabaria com muitos mitos que cercam essa parte íntima da nossa vida, transformar isso num tabu é muito perigoso.

Mulher Tende quebrar paradigmas e deixar para trás os resquícios de conceitos machistas que  rondam por  anos. Não aceitar julgamentos externos,  questionar e combater qualquer argumento com qual eu não concorde. Seu corpo, suas regras.

Infelizmente a forma como muitas  foram criadas foi defasada no quesito sexualidade. Sempre houve muita repressão velada nesse sentido. Para mim esse é um dos pontos em que mais vejo diferença entre a maneira de ver o mundo dos homens e das mulheres.

Claro que os hormônios são diferentes, biologicamente podem haver diferenças claras nos graus de necessidades mas todo mundo precisa explorar sua sexualidade, seus orgasmos e tudo mais que envolve a descoberta do próprio corpo. Não podemos absorver por osmose que os homens têm necessidades e nós não, todos somos humanos, todos temos desejos. 

A vida muda, a realidade muda e hoje eu entendo totalmente : Quanto mais a mulher conhece seu próprio corpo, mais ela pode desfrutar de uma relação prazeirosa com seu parceiro.

Claro que nesse contexto de liberdade sexual é super importante falarmos da importância de focar na prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, que muitas vezes são mais perigosas para as mulheres. Com tanto tabu é normal que haja ignorância na mesma proporção.

Posso estar sendo otimista, mas vejo a possibilidade de todos evoluirmos nesse aspecto de liberdade. Por que a sociedade não pode? 

Quando me pego nessa situação tão confiante e confortável envolvendo um assunto que antes era tabu, fico com vontade de desejar isso para todas as mulheres nesse dia 8 de março. Se as coisas evoluíram na base da conversa, podem evoluir para você também.

Precisamos incentivar que as mulheres manifestem suas essências, precisamos acolher a todas elas incentivando que elas se permitam o auto conhecimento em qualquer aspecto da sua vida.

Já disse e repito, todo pai de menina, marido, namorado e afins precisa ser um aliado da luta feminista, o discurso  “He for She” da Emma Watson na ONU está ai para provar mais uma vez que isso faz toda diferença.

Feliz dia das mulheres, vamos aproveitar essa data para lembrar que a luta pelos direitos iguais ainda não chegou ao fim, mas juntas vamos conseguir conquistar não só salários, cargos e reconhecimentos iguais, mas também a liberdade de podermos falar e explorar  sexualidade sem julgamentos! Precisamos se acolher, não nos julgar.