O NÃO SABER LHE DAR COM SUAS EMOÇÕES, MAS AJUDANDO OS OUTROS
Não sei se vocês já repararam que é mais fácil notar e resolver os problemas do outro do que os nossos? Que, estando de fora da situação, encontrar soluções é sempre mais simples? De fato é. E a não ser que você seja uma péssima pessoa (o que eu duvido que seja), você obviamente sempre vai querer ajudar o outro quando tiver oportunidade.
O problema começa quando ajudar o outro impede você de se ajudar. É muito mais fácil ajudar a resolver problemas em que você não precisa ter que lidar com suas próprias emoções e limitações. E a recompensa emocional que sentimos por ajudar é sempre boa, não dá para negar.
Por isso, vou usar um exemplo que eu vi recentemente em This Is Us, uma série que acompanho e que aborda muito bem essas relações interpessoais.
Nele temos a Kate, que é irmã gêmea do Kevin. Ele é um galã da TV e ela, sua assistente pessoal. Kevin se vê no meio de uma crise pessoal e resolve jogar tudo pra cima. E Kate está lá, como sempre, incansavelmente, ajudando seu irmão em cada detalhe. Incluindo nos pedidos absurdos dignos de uma estrela de Hollywood, que é o que ele é.
E enquanto ela está ali, escolhendo um hotel com academia climatizada para o irmão, ela deixa de lado um relacionamento amoroso que estava prestes a começar bem. Deixa de lado também suas vontades pessoais. E quase perde algumas oportunidades com as quais ela sonhava e desejava viver.
Porque ajudar o irmão era mais fácil do que ter que lidar com suas próprias emoções.
Eu não sei o que acontece com ela depois disso. Mas ver essa relação me chamou muito a atenção. Porque esse é um movimento comum de ser feito, principalmente quando estamos em modo de defesa. Quando passamos por uma dor recente e preferimos resolver tudo dos outros para não ter que arrumar nossa “casa interna”.
Não estou dizendo que precisamos estar com a nossa vida em perfeita harmonia para ajudar os outros. Mas tenho plena convicção que, para podermos ajudar alguém, precisamos estar fazendo algo pela gente também. A analogia das máscaras de oxigênio do avião funcionam para esse tipo de situação que é uma beleza. Antes de ajudar o outro (o que é recomendado), é preciso colocar a sua máscara primeiro. Uma atitude não exclui a outra.
Ajude ao outro sempre que puder e for necessário. Estenda sua mão a todos que precisem, mas não se esqueça, nunca, de também se ajudar antes de tudo. Nos doamos de maneira mais aberta e conseguimos ajudar mais quando estamos fazendo esse mesmo esforço por nós mesmas também. Dessa maneira conseguimos evoluir como pessoas e levamos quem está próximo com a gente. Poderia ser melhor?