QUANDO A PESSOA NÃO GOSTA DE VOCÊ SEM MOTIVO?
Outro dia conversando entre amigos, surgiu um questionamento sobre; Como vocês lidam quando são obrigadas a conviver com pessoas que simplesmente não gostam de você sem motivo?
Uma amiga conta sua experiência que estava tendo ao não ter alternativa de não conviver com uma pessoa da família que ela gostava, tratava bem, mas descobriu que gratuitamente essa pessoa vivia falando mal dela, a colocando como alvo de críticas, fofocas e comentários maldosos pelas costas.
Todo mundo tem o direito de não gostar de alguém, de permitir que o santo não bata, de querer evitar certas pessoas ou nem dar muito papo, mas por que gastar energia falando, seguindo e pensando em alguém que você sabe que não gosta de você? Falo por mim, afinal, todas as vezes que me concentrei naquilo que não gostava (ou que não gostava de mim), minha vida estagnou. Hoje eu faço muito mais força pra só me conectar com o que me faz bem, com aquilo que me inspira coisas boas.
Sabe aquela hora que você baixa a sua guarda e se conecta com coisas que não tem tanto seu perfil? Acontece comigo, com você e com todo mundo. Nessa hora precisamos fazer o exercício racional de não nos deixar levar pelos velhos hábitos, pela mania de criticar, de falar mal ou mesmo de questionar aquilo que nos incomoda no outro – porque tudo que nos incomoda do outro tem algo da gente ali.
Fofocas, jogos de inveja, críticas exageradas e indiretas são mecanismos que saem no trabalho, podem pairar famílias por uma vida inteira. Em alguns casos uma conversa vai esclarecer tudo – tão melhor quando é assim – em outros a falta de consciência de uma das partes é tão grande que não haverá palavras que farão aquele questionamento fazer sentido. Para ter alguns tipos de diálogo é preciso que ambas as partes tenham a capacidade de desconstrução e alguma busca interna por autoconhecimento.
Eu escolho não saber muita coisa pra não contaminar minha vibração. Hoje em dia não sou dado a prints de fofocas e a “disse me disse” – só printo conversa com candidatos à girl onde preciso da ajuda da amiga pra interpretar. heheh Brincadeiras à parte, faço um esforço interno para não ficar curioso, para não falar muito sobre aquilo que não gosto e para não me importar com o julgamento externo de gente que perdeu o crédito comigo. É fácil todo dia? Não, mas como em tudo na vida: é uma questão de hábito. Uma vez que você cria novos hábitos, tudo passa a fluir naturalmente nessa nova configuração.
A verdade é que é uma arrogância – quase que coletiva – enorme acreditar que todo mundo precisa gostar da gente genuinamente, isso é tão ilusão quanto a tal falsa sensação de controle. Gostos são diferentes mesmo, mas respeitar o outro ainda é importante, mesmo que isso signifique saber que você não é unânime.
Muitas vezes incomodamos mais quando estamos resolvendo algo nosso que também existe na outra pessoa, mais fácil do que se questionar e mudar é falar do outro. Ainda mais se a pessoa está lidando com algo que o outro não consegue acessar ainda, quanto mais a gente resolve aquela questão, mais o incomodado se angustia, afinal aquilo incomoda a pessoa num lugar tão inconsciente que a reação quase instintiva vai ser depreciar esse esforço. Parece que quando o ser humano não consegue se conectar com suas próprias questões ele projeta aquilo no outro e em alguns momentos isso gera críticas que podem ser levianas (ou não). Esses espelhamentos sombrios podem ser um ótimo gatilho pra se usar na terapia, pra se conhecer.
Perceber e se conectar com o próprio processo alimenta que nos conectemos com nossa essência, nossa verdade e nossas questões. Nessa hora, seguros de quem somos, conseguimos aceitar melhor o fato de ter que conviver e cruzar com pessoas que não gostem da gente. Passamos a dar um limite sadio para aquela relação e assim não nos conectamos e nos misturamos com aquilo que não admiramos.
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Abç…