UM JEITO DE RESISTIR ÀS FESTAS DE FAMILIA NO FINAL DE ANO
Eu sei que para muita gente Natal sempre significou uma data incômoda. Justamente por obrigar pessoas da família que nem sempre se bicam a conviverem juntas por algumas horas. Pelo o que eu estou ouvindo, nesse Natal, mais famílias irão experimentar essa sensação.
O que mais ouvi nesses últimos meses foi casos e mais casos de famílias rachadas, principalmente por motivos políticos. Se festas de final do ano já podem ser bem complicadas em um ambiente de harmonia, imagina em lugares onde a hostilidade já vem acontecendo no grupo de Whatsapp? E é justamente sobre isso que eu quero falar.
Praticamente toda família tem uns integrantes que são inconvenientes. Aqueles que fazem perguntas indesejadas e falam coisas sem noção. Sempre tem aquele tio que faz piadas machistas. A madrinha que mal te abraça e já diz que você engordou. A avó que cobra os namoradinhos/casamento/filhos. A prima que tem outro posicionamento político e adora trazer assunto à tona, mesmo sabendo que ninguém da família votou no mesmo candidato. Em algum momento entre a troca de presentes e a ceia de Natal, todo mundo vai passar por alguma situação estranha.
O primeiro passo para resistir às festas de família é: Não caia nessa pilha.
Todo mundo tem problemas e, quanto mais insatisfeitas as pessoas são com as suas vidas ou algum aspecto delas, mais elas vão cobrar dos outros. Seja para tirar a atenção de si mesmas nesse aspecto, seja para validar suas escolhas. Ou seja, o pitaco sempre vai existir.
A diferença está em como você vai lidar com isso. Obvio que não quero que você ouça conselhos machistas calada. Tampouco quero que você ache ok ter que ficar lidando com cobranças indesejadas. Mas será que vale a pena entrar nessa briga por essa noite?
Uma participante do nosso grupo do Facebook, a MVera Barbosa, levou uma sugestão esses dias que eu concordei muito:
“Trégua de Natal é o termo usado para descrever o armistício informal ocorrido ao longo da Frente Ocidental no Natal de 1914, durante a Primeira Guerra Mundial. As tropas de ambos os lados também foram amigáveis o suficiente para jogarem partidas de futebol”.
Experimentar o Natal como um parênteses para viver a boa energia do momento.
Avaliem a importância da trégua para estar com o outro e sentir como as coisas estão, para recarregar as energias e retomar a dinâmica da vida. Que não necessariamente é fingimento – como alguns colocam – porque o que está sendo vivido no momento, a paz familiar, a alegria do encontro, a troca de presente, o brinde pode ser vivido com verdade. Mesmo que depois retome a guerra não quer dizer que foi mentira, porque no momento vivido foi verdadeiro.”
Porque estou concordando com a trégua do Natal e defendendo não brigar por tudo? Mesmo quando tem gente que merece mesmo ouvir umas coisas? Simples, porque não adianta discutir com quem quer apenas falar e não ouvir.No fim das contas, quem vai se desgastar é você, quem vai se irritar é você e quem vai ficar chateada é você. Saber a hora de brigar e a hora de ficar calada é inteligência emocional. Talvez valha a pena trabalhá-la nesse tipo de ocasião.
Esteja segura das suas convicções e das suas escolhas. Não deixe que os comentários te abalem. Ate porque dificilmente eles serão sobre você. E, se possível, tente evitar papo com quem você já sabe que pode ter alguma questão. Junte-se a quem você gosta e foque nisso. Assim é mais fácil sobreviver a esses momentos e comer em paz a sua rabanada.